O Instituto Vida Renovada (IVR), associação civil
ligada à Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), recebeu R$ 1,9 milhão de
verbas federais desde 2006 e ainda tem R$ 1,4 milhão a receber, em convênios
para programas de prevenção e recuperação de dependentes de drogas, além de
assistência jurídica, psicológica e social a presos, ex-detentos e outras
minorias.
Com sede em São João de Meriti, na Baixada Fluminense,
a ADUD é presidida pelo pastor evangélico Marcos Pereira da Silva, de 56 anos,
preso na terça-feira acusado de estuprar duas fiéis de sua igreja. Ele também é
investigado em outro inquérito por associação para o tráfico de drogas, lavagem
de dinheiro e quatro homicídios.
De acordo com levantamento no Sistema Integrado de
Administração Financeira (Siafi), feito pela ONG Contas Abertas a pedido do
Estado, o governo federal já empenhou (reservou para pagamento posterior) R$
1,4 milhão para o IVR, em dois convênios celebrados em 2011 e 2012.
No primeiro contrato, a Secretaria de Direitos Humanos
da Presidência da República empenhou R$ 400 mil para implementação do “Centro
de Referência em Direitos Humanos no Instituto Vida Renovada”. O objetivo é
“garantir a orientação geral sobre direitos humanos a qualquer vítima de
violação de direitos” e prestar “atenção jurídica, psicológica e social a
detentos, egressos do sistema prisional, seus familiares, comunidades e
população em geral, bem como a pessoas com deficiência, idosos, quilombolas,
indígenas, assentados, afrodescendentes, população GLTB e ciganos”.
Já o segundo convênio, assinado com o Fundo Nacional
Antidrogas, no valor de R$ 1 milhão, prevê a “realização de seminários para
formação de 2.880 multiplicadores sociais para atuarem em ações de prevenção do
uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas (álcool, maconha, cocaína, crack, etc)
junto ao seu grupo social”.
O Instituto também recebeu R$ 216 mil da Prefeitura de
São João de Meriti em 2012, para “execução e manutenção do centro de
atendimento ao público egresso do sistema prisional, dependentes químicos e
moradores de rua”. A ONG não recebeu verba do governo do Estado, segundo o
Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios.
Atendimentos. O site do IVR diz que em 2011 foram
realizados mais de 4 mil atendimentos nas áreas social, jurídica e psicológica.
Afirma ainda que seu abrigo em São João de Meriti atende 80 homens e 40
mulheres oriundos da marginalidade, das penitenciárias e da dependência
química. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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