Quando
você olha um par de scarpins de Louboutin, você sente um frio na barriga ou um
arrepio por todo o corpo? A paixão feminina por sapatos vai muito além do
consumismo e chega a ser uma relação de afeto com base em dados históricos e
comportamentais.
Apesar de não existirem evidências científicas, atualmente alguns
estudos comprovam por que as mulheres são tão obcecadas por sapatos. Veja abaixo:
Paixão da cabeça aos pés
Não é de hoje que as mulheres mantêm uma relação de “amor
perfeito” com os sapatos. Lá no século XVIII, a rainha francesa Maria Antonieta
já exibia uma coleção invejável de pares e modelos, mas por aqui eles só
ganharam importância com a chegada da corte de Dom João VI, em 1808.
O tempo passou e os sapatos foram se modificando, hoje existem
inúmeros tipos, cores e texturas para todos os gostos e bolsos, aumentando
ainda mais nossa fissura por eles!
Ivana Ramos, estudante de nutrição e amante de sapatos, admite que
tem mais de 40 pares e que prefere comprar sapatos a comprar roupas. “Quando
compro um sapato, sinto como se tivesse comprado uma nova mulher. A cada par e
modelo, é uma personalidade diferente que surge”, conta.
Por que amamos tanto os sapatos?
Assim como Ivana, para muitas mulheres o sapato passa a ser um
componente tão ou mais importante que a própria roupa. Um par de saltos, por
exemplo, tem a capacidade psicológica e simbólica do poder, elegância e
sensualidade.
Um estudo realizado pela agência Giacometti Comunicação revela
que existe um processo emocional comum entre as mulheres e o consumo:
primeiro é o hábito aspiracional (quando se deseja comprar), o segundo é
chamado de drivers (sensação de prazer durante o ato da
compra) e o terceiro é o hábito do próprio uso diário. Todo esse processo
constitui a paixão por compras, inclusive a de sapatos.
Para o neurocientista indiano Vilayanur Ramachandran, diretor do
Centro do Cérebro e da Cognição da Universidade da Califórnia e autor do livro Fantasmas do Cérebro,
a explicação pode estar na proximidade entre os circuitos neurais que são
relacionados à nossa imagem corporal.
“Ele (o neurocientista) explica que as áreas do cérebro associadas
aos órgãos genitais e aos pés estão muito próximas, sendo facilmente
estimuladas entre si” comenta Iracema Teixeira, doutora em psicologia e
especialista em educação sexual. A princípio, isso explicaria a relação fetichista entre os pés
e a sensualidade.
Comportamento afetivo x sapatos
No imaginário social, os sapatos possuem uma estreita relação com a sedução.
Logo, os modelos que valorizam os pés e a postura feminina acabam por estimular
a sensualidade e aumentam a autoestima da mulher.“A oferta de diferentes
formatos, cores e estilos apontam para um grande valor estético, tanto quanto a
vestimenta”, explica Iracema.
O ato de beijar os pés, como lembra a psicóloga,
representa veneração. Era um hábito muito comum na antiguidade e está presente
nas parábolas bíblicas, o que mostra que essa parte do corpo tinha grande
importância e respeito.
A pesquisa da agência Giacometti sugere que os sentimentos
experimentados pela mulher no momento da compra de um sapato é o desejo de ficar mais atraente e
de ser reverenciada, e não devido à funcionalidade do objeto.
O estudo também diz respeito à frequência de compra: estima-se que
as mulheres adquiram um novo sapato por mês, no mínimo. “Daí o mercado ser tão
forte, com vitrines chamativas e atraentes”, comenta a psicóloga.
altos deixam qualquer mulher sexy
O salto alto surgiu na corte francesa do século XVII e foi Luís
XIV quem “encomendou” o primeiro par de sapatos altos. A história conta que o
monarca tinha 1,60m de altura e queria aumentar sua estatura para impor mais austeridade.
Ficou tão célebre que o tipo de salto foi batizado com o seu nome e, mais
tarde, começou a ser usado pelas mulheres da corte.
Até o final do século XVIII os sapatos de salto alto eram usados
pela nobreza. Porém, com a revolução francesa, o uso dos saltos foi
praticamente proibido como forma de banir a aristocracia. “Somente as
prostitutas dos ricos bordéis franceses usavam, e eram as mais solicitadas”,
conta a psicóloga. Somente no século XIX foi quando os Estados Unidos começaram
a fabricar os sapatos de salto.
De fato, quando uma mulher está de salto, sua postura corporal fica
diferente (e atraente!). Reparem que a silhueta fica
ligeiramente inclinada para frente, empinando o bumbum e acentuando os seios,
ou seja, logo as partes do corpo feminino que possuem uma forte estimulação
erótica.
Com isso, a tara por saltos passou
a ser compartilhada também com os homens, que ficam enlouquecidos quando veem
um belo par de pernas com salto agulha, por exemplo. “Algumas pesquisas
calculam que aproximadamente 30% da população masculina mundial sente fascínio
por sapatos femininos. Já mostrava o príncipe fascinado pelos sapatinhos de
cristal da Cinderela”, conta Iracema.
Costumes antigos marcaram a
relação das mulheres com os sapatos
Os povos antigos também possuem suas histórias de amor e obsessão
das mulheres com seus sapatos. Os costumes explicam a importância do sapato na
vida delas e a forma como eram usados revelam hierarquia, beleza e intenções
secretas. Confira:
Passos elegantes: há 1200 anos, na China, as sapatilhas chinesas eram usadas pelas
mulheres desde a infância. Seu tamanho era de oito centímetros e levava os pés
a atrofiarem, forçando um caminhar curto e lento.
Siga-me: na Grécia Antiga, as cortesãs usavam sandálias com pequenas tachas
presas às solas. Estas marcavam o solo como sugestão para serem seguidas.
Sou rica: no Egito, somente as mulheres de classe alta usavam sapatos. E
eles eram feitos com pedrarias e bordados em ouro.
Anti-fuga: no século XV, só mulher rica e bem sucedida em Veneza usava salto
alto. Além de ser um símbolo de status econômico e social, a história explica
que o salto foi projetado pelos maridos como forma de dificultar o deslocamento
delas e ter maior controle.
Fonte: todateen.uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.